esperança



no dia 05 de outubro de 2008 renovei o meu orgulho de ser valadarense. em meio a tantas dificuldades que enfrentam as cidades interioranas do nosso país, governador valadares dá uma prova de sabedoria popular. juntos elegemos uma mulher que está ao lado do povo. uma mulher que pretende agir na margem do município. os prefeitos que por aqui passaram, nas duas últimas décadas, têm desenvolvido projetos de dentro pra fora, deixando as periferias ainda mais frágeis e expostas aos riscos do progresso. as periferias são a borda do desenvolvimento, são a linha de frente do pelotão e estão mais expostas ao desconhecido. as margens protegem o núcleo, por isso precisam ser fortes, com penetração sistematizada. as periferias, geralmente taxadas de despreparadas para o progresso, deram um show de perspicácia, estando ao lado de uma candidata empenhada em criar melhores condições de desenvolvimento intelectual para nossos jóvens, melhor qualidade de vida aos moradores através da auto subsistência alimentícia, qualificação da mão de obra para suprir as possíveis demandas das grandes empresas aqui instaladas e em processo de instalação. esta mulher sabe que de nada adianta tapar os vazamentos do núcleo da nossa célula-cidade, mas fortalecer a membrana que o proteje. como artista, tenho muito orgulho de ter como prefeita uma mulher que criou para nosso município a lei municipal de incentivo cultural. vibrei, gritei, vesti vermelho, fui para as ruas e comemorei a vitória popular. o que desejo agora, é poder usufruir de um planejamento cultural coletivo do qual participe uma ativa maioria artística popular, criando obras a partir das suas mais genuínas características, construídas por suas próprias energias. como cidadão desejo saber sobre as falhas das práticas atuais e das alternativas para uma mudança especificamente popular, onde se esboce um futuro através de estratégias capazes de transpor a população valadarense da contemporaneidade para a pós-contemporaneidade. a contemporaneidade está repleta de auto denominações para os problemas sociais como "mal necessário" e a pós-contemporaneidade a meu ver estaria num cenário onde um "mal" é uma "anomalia" e nenhuma anomalia é desprezível, pois necessita de cuidados especiais. a pós-contemporaneidade estaria em busca de meios eficazes de equilíbrio, onde não se busca "mais" ou "menos", mas uma consciência racional de utilização dos nossos bens (móveis, imóveis, culturais, etc.). racionar seria raciocinar sobre o que se tem, o que se pode construir sem desperdícios. numa época de escassez de alimentos, água, ar e espaços seguros para viver no mundo, é preciso economizar. num país como o Brasil, farto de riquezas naturais, onde a maior parte da população recebe um salário baixo e com ele consegue suprir suas necessidades com excelência em criatividade econômica, as margens do município podem se conscientizar facilmente de que atualmente "menos é mais". nossa prefeita terá muito trabalho para arrumar a casa, fortalecer os muros e portões, mas tenho esperança de que o povo ainda mais preparado vai elegê-la novamente, então teremos mais quatro anos, para florir os quintais, decorar os interiores, cozinhar um delicioso almoço tipicamente mineiro e convidar o vizinho para um bom bate-papo. parabens elisa costa, parabéns partido dos trabalhadores, parabéns a todos os valadarense por essa brilhante conquista que sem dúvida será um marco da história mineira.

artes cênicas em valadares?



Ei meus caros leitores,
Venho aqui dar uma ótima notícia, fresquinha.
A Univale lançou sete cursos de Extensão na área artístico-cultural
Os cursos tem um custo mensal de R$ 70,00, e serão disponibilizados não só aos alunos da Universidade, mas a toda comunidade. Legal né?
Mais informações, ligue 33 3279 5511 e faça sua pré-inscrição.
O curso que vou ministrar é o de artes cênicas, e tenho certeza que vai ser muuuuito legal.
As artes cênicas são uma ferramenta eficiente
• de ampliação das relações
• de auto conhecimento
• de renovação de idéias
• de estimulação da livre expressão
• de desenvolvimento da imaginação criativa
• de aprimoramento das técnicas interpretativas
• de condicionamento corporal
• de superação de timidez, dentre outros.
Liga lá e venha se divertir, conhecer gente nova, trabalhar corpo e mente e aprender com a gente.
Abraços.

arte é vício





ser artista contemporâneo tem sido para mim uma prova de resistência.
resisto à massa.
resisto às necessidades pessoais.
resisto às críticas dos que avançam em outras áreas.
resisto às ações dos que temem meu sucesso.
resisto às vontades de crescer economicamente.
para que?
para ter saúde.
para mostrar novas formas de ver a vida.
para expressar minhas visões de mundo.
para levantar questões.
para contribuir com a educação.
para ter e dar prazer.
para fazer arte.
porque alguém tem que fazer.
porque sou viciado e não sou anônimo.
confesso que preferiria estar criando-a por hobby,
mas desde que comecei a criar profissionalmente, não consigo mais largar o vício.
procuro a cura.
mas enquanto procuro, vou decorando de cores, sons e movimentos meu caminho.



dia 1. de dezembro está chegando. comemore o dia mundial de luta contra a aids com saúde, faça já o seu elisa, ainda dá tempo. eu já fiz o meu e não ofereço riscos. o resultado saiu em trinta dias lá no crase - centro de referência em atenção especial à saúde. e é gratuito. aqui em governador valadares, fica na rua belo horizonte, 585 - centro. procure o órgão que faz o exame da sua cidade e faça a sua parte. e não se esqueça, use camisinha! >>touch me<<>>toque me<<

companheiro bush (tom zé)



Se Você Já Sabe Quem
Vendeu Aquela Bomba Pro Iraque,
Desembuche.
Eu Desconfio Que Foi O Bush.

Foi O Bush,
Foi O Bush.
Foi O Bush.

Onde Haverá Recurso
Para Dar Um Bom Repuxo
No Companheiro Bush.
Quem Arranja Um Alicate
Que Acerte Aquela Fase
Ou Corrija Aquele Fuso,

Talvez Um Parafuso
Que Ta Faltando Nele
Melhore Aquele Abuso.
Um Chip Que Desligue
Aquele Terremoto,
Aquela Coqueluche.

enartci 2008


mais uma vez o enartci (agora) lugar de encontrar o outro prova que a dança contemporânea é um terreno fértil para novas descobertas. com uma programação de extrema diversidade desde a apresentação de espetáculos, conversas públicas, lançamento de livros e debates, a curadoria da hibridus cia de dança de ipatinga colocou o público diante de uma difícil tarefa: encarar a diferença.
entre discursos inflamados, formação de parcerias e redes, troca e confronto de idéias, críticas, inovações e memórias, fruição e formação, papos casuais, cafés, almoços e jantares,etc. pairavam algumas perguntas como: queremos mesmo encontrar o outro? que outro queremos encontrar? para quê encontrar o outro? quais são os critérios que definem a procedência de um encontro, quando o único propósito é o encontro? existem melhores maneiras de usufruir de um encontro? como contaminar-se com o outro sem ter que necessariamente saber sobre suas escolhas?
bom, não cabe a mim respondê-las agora, pois esta é a minha escolha.
as respostas variam a cada novo encontro.
e se você caro leitor, tiver interesse em encontrar outros: clique aqui >>hibridus e conheçam um pouco mais sobre este movimento vanguardista que há duras penas de aceitação sobrevive há seis anos.

Para o entrave, estratégias.

Quando se tenta n vezes realizar algo e isso não acontece.
refletir.
Mudar.
Mudar a estratégia.
Analisar a pertinência de cada realização a fazer e priorizar a mais importante. Se for provado que indiscutivelmente aquela que se tentava já era a mais importante, há um entrave.
Nada é completamente sólido. Todo corpo possui seu grau de maleabilidade.
Refletir sobre os entraves, significa provocar uma mudança radical sobre a sua densidade, tornando-o mais permeável.
Quando se consegue realizar tudo o que se propõe a fazer.
refletir.
Mudar.
Mudar a estratégia.
Analisar a pertinência do que se realiza, priorizando o equilíbrio das relações entre os seus. Se o que se realiza for indiscutivelmente a melhor maneira de contribuir com o equilíbrio das relações entre os seus, divida.
há n limites dentre a infinitude.
Tudo é relativo, suscetivel e favorável à transformações. Por mais semelhantes que sejam as coisas, haverá sempre um nível de diferença.
O tempo e o espaço estão transformando as coisas.
Por quais motivos iríamos contra?
Por n motivos.
Por isso mudar.
Mudar a estratégia.
Renovar a cada dia a forma de participar.
Na arte contemporânea o artista transforma tempo e espaço em possibilidades de reflexões. Em momentos de dúvida do fazer artístico é da arte o direito de escolher.

Clênio Magalhães

arvorar experimento n.2



Refletir sobre a percepção do movimento ao locomovermo-nos próximo, em torno e em cima de diferentes árvores.

Perceber os tipos de reações que nosso corpo manifesta ao experimentarmos os movimentos necessários para dançar entre árvores diversas.

Estabelecer estética e ideologicamente relações entre o corpo humano e o corpo das árvores.

Selecionar movimentos fáceis e seguros ao percorrermos o interior das copas, que nos proporcione qualidade de movimento e estabilidade, com o intuito de preservar a saúde física de ambos os corpos.

Após definida a escolha das árvores, a seleção de movimentos e a memorização dos percursos, reproduzir os movimentos no solo como mímica.

Perceber e analisar as facilidades e dificuldades de transposição coreográfica do alto das árvores para o solo.

Retomar as sensações experimentadas nas árvores em busca de influências na dinâmica de execução da coreografia.

Substituir as copas das árvores por um tapete de cinco metros composto por uma fina camada de areia peneirada sobre o solo.

Qualquer passo sobre este tapete provoca a impressão de uma pegada, logo a dança exerce forte influência formal sobre este cenário.

Ao reproduzirmos os percursos que criamos nas diferentes árvores para este tapete de areia, materializamos através do desenho formado a dança gerada pela disforme disposição dos galhos das árvores experimentadas.

Sobre o tapete de areia, o passo define o traço, um erro pode danificar o desenho, sobre as árvores, o passo define o destino, um erro pode danificar o corpo.

Registrar os sons e reações das pessoas, dos animais e veículos que interferirem no espaço cênico sobre o tapete de areia e os sons dos animais, pessoas e veículos que nos influenciam durante as experimentações das idéias nas árvores.





work in progress
clênio magalhães

participação especial do ator maurício mendes - gov. valadares (mg)
áudiovisual de tamaki yonekura - gov. valadares (br) tokyo (jp)

agradecimentos:
hibridus cia de dança - ipatinga (mg)
espaço cultural passo a passo - gov. valadares (mg)

lugar de encontrar o outro ( são paulo x governador valadares)




foram três dias diferentes, em semanas e meses diferentes. kátia rozatto e clênio magalhães juntos em valadares.
para que?
para trocar idéias, para compartilhar momentos artísticos, para opinar, para escutar, para falar, para criticar, para descansar, para comer, para realizar várias coisas juntos. a experiência foi no mínimo diferente de tudo que eu já havia vivenciado em relação a intercâmbios. através da troca contaminei-me com o compromisso de ser observado por uma 'desconhecida'. e decidi arriscar, dar a cara a tapa e expor meus momentos mais íntimos da criação. propus à nossa equipe que colocasse-mo-nos em teste para nós mesmos, experimentando nossas mais espontâneas inspirações. e eles toparam.
deparamo-nos com nossas diferenças, o que seria inevitável. foram momentos difíceis de não saber se estávamos nos encontrando ou confrontando, compartilhando ou suportando, agradando ou incomodando?
a resposta?
a arte naquele momento era o mais importante. como diretor, não permiti que as opiniões se confrontassem, mas que a própria obra fosse caminhando contaminada por aqueles corpos atuantes, ouvintes, protagonistas e antagonistas.
uma coisa é certa, transformamo-nos. uns mais intensivamente que outros, mas não somos mais os mesmos depois de encontrar o outro.
quando criança, fase de nossa vida em que mais aprendemos sobre o mundo, de forma intensiva, pois temos que aprender a falar, a nos comportar, a ler, a somar, a vestir, a comer, a tomar banho, a brincar,... só conseguimos fazê-lo de forma eficiente pois estamos sempre acompanhados de outras crianças, seja na escola, na igreja, no bairro, família, etc. o projeto lugar de encontrar o outro colocou-me de novo neste estágio de aprendizagem, remetendo-me ao passado para perceber como é importante que continuemos em grupos para que possamos descobrir intensivamente os segredos do mundo. obrigado °hibridus cia de dança° pela oportunidade, kátia rozato pela paciência, maurício pela disciplina e dedicação, tamaki por seu profissionalismo e talento investidos, davi por sua companhia silenciosa e olhar curioso, gessé por sua investigação, celinho pelos movimentos e entrega, américa pelo delicioso café da tarde, a minha equipe pela deliciosa noite de aleluia.
salve, salve!!


sinto-me mais vivo
tirei-me do mundo
salvei-me da morte
pesquei-me do lodo

revigoro-me os sonhos
tirei-me do mundo
estimulo-me a criar
alonguei-me para a luz

valorizo-me amigo
tirei-me do mundo
reservo-me a verdade
enraizei-me na pedra

alegro-me no espelho
tirei-me do mundo
balanço-me ritmado
alimento-me dos bons

(des)encontro 2




onde está o sentido de
amar??
onde está o sentido de
sonhar!!

onde está o prazer de ter
amado??
onde está o prazer de ser
amado!!

onde está o humor do amor??
onde está o amor do humor!!

onde está o amor do humor??
do seu lado!!

texto e imagem: clênio magalhães

(des)encontro



o fato de se ter encontrado no meio do caminho uma forma pela qual a calma da minha solidão pode ser perturbada e a nova vida tornada despretensiosamente plena de anseios vigorosos de amor, tornam questionáveis cada segundo do meu pensar. o estado em que me encontrava antes do encontro era a minha tentativa de manter meu coração protegido do frio da saudade. incansavelmente eu o mantinha aquecido pela força do meu trabalho. não podia nunca entristecer-me pois encotrava-me sempre cansado e com um enorme desejo de estar comigo, em meu apartamento, em meu caos, em meu travesseiro. mas o encontro, no meio do caminho apresentou-me uma humilhante forma de provar a insignificância do meu canto. meu coração iludido, voltou-se contra meu ritmo e pulava neuroticamente dentro do meu tronco a buscar uma maneira de fugir de mim e cair nas mãos do apresentado. engoli seco pois todo meu líquido tornou-se lágrima de piedade do meu peito. meu coração tossia desidratado soprando para minhas veias um pó vermelho que me dava medo. medo de não encontrar pelo meu caminho deserto um copo de água limpa, um travesseiro e um livro de poesias para hidratar o fio que liga meu corpo ao meu espírito. maldito encontro escondido em meu corpo, em meus ossos. sinto frio. não chega a ser uma saudade pois guardei nada de tudo que não vivi daquele maldito encontro.meus planos porém são do tipo de cortar pela raiz a valentia deste encontro a ponto de exibir na volta do caminho deserto a melodia calma e descompassada do meu coração saudoso pelo meu travesseiro. na falta de trabalho pelo caminho, correrei em vão, cantando nossa frenética música predileta, fazendo com que ele bata forte, mais forte do que quando se depara com os resíduos perdidos do encontro ao passar por suas artérias. meu coração perceberá assim que juntos continuaremos nossa jornada sem precisar de encontros que nada nos podem oferecer além de unhas, pêlos e odores que naturalmente são expelidos de sua grossa casca.

imagem e texto: clênio magalhães

a impossível classificação da arte contemporânea

este pequeno artigo representa uma inquietação particular quanto aos inúmeros questionamentos sobre o que seja essa arte contemporânea que vem ganhando a cada dia mais espaço no mercado cultural mundial. geralmente as obras contemporâneas promovem tensões interpretativas por localizar-se no campo do desconhecido. na fruição da arte contemporânea encontram-se alguns entraves gerados pela ausência de identidade percebida pelo receptor. essa identidade inexiste ou existe em mínimas proporções por vários motivos, dentre eles posso citar: a massificação cultural promovida pela imprensa, pela ausência deste conteúdo na educação escolar e pela insistente classificação desta modalidade inclassificável. o primeiro motivo provoca uma padronização da arte fazendo com que o público busque reconhecer e não criar novas interpretações, o segundo não assegura a vastidão do vocabulário sensitivo da arte na criança, queimando fases que serão necessárias para a fruição da arte na idade adulta e o último por tentar definir algo que sempre estará em mudança em todos os aspectos. sem querer classificar, mas apenas expondo minha maneira de relacionar-me com a arte, diria que a arte contemporânea representa a arbitrariedade das escolhas, onde corpo e mente fundem-se em mito. a alteridade é responsável pela variedade de critérios utilizados para realização de uma análise taxonômica da arte contemporânea. a arte contemporânea não carece de definições pois o fenômeno de afetação pela arte acontece de forma axiomática. a variação da capacidade sensitiva da obra ocorrerá de acordo com as diferentes experiências que este receptor já vivenciou. todo público está preparado para receber uma mensagem artística, porém a densidade e a dispersão dos conteúdos variam de acordo com a cultura. acredito que seja pertinente atender ao público contemporâneo oferecendo-lhe informações acerca da permissividade de diferentes formas de percepção e talvez a maior responsabilidade esteja nas mãos da educação que é responsável por preparar a criança para as mudanças do mundo e não somente reproduzir a arte enlatada dos meios de comunicação. neste aspecto a arte-educação exerce um papel importantíssimo no que tange à construção de uma nutritiva base sensorial de percepção artística para fomentar o consumo de arte para gerações futuras.

lugar de encontrar o outro



o projeto 'lugar de encontrar o outro' programação integrante do 'enarcti 2008' promovido pela °hibridus° de ipatinga (mg), está em governador valadares quebrando definitivamente todos os limites impostos pela necessidade de conceituar a arte.

no dia 13 de junho de 2008 o grupo nos proporcionou uma curiosa experiência no templo ecumênico do campus 2 da universidade vale do rio doce com sua mais recente pesquisa cênica denominada 'entre' que confirma esta ausência de bordas nos fundamentos artísticos.

tv,câmeras fotográficas e filmadoras, sapatos, telas de proteção para construção civil, cheiros, gostos, sons e sensações. todos esses elementos se fundem numa espécie de humus fertilizante dos sentidos.

não há o que questionar. o grupo hibridus justifica sua caótica estética em sua infinita incompletude, assumindo uma condição 'em construção'. não há possibilidade de sentir-se seguro ou confortável, assim como quando adentramos num edifício em obras, onde só podemos imaginar como ficará cada espaço após o acabamento.

por conhecer um pouco mais sobre a história do grupo, consigo enchergar em 'entre' uma forte influência:
-do ritmo acelerado dos dias (família, faculdade, amor, economia, fé, ciência..)
-da atmosfera de super produção da cidade de ipatinga (progresso que necessita de cautelosa análise)
-da diversidade dos jovens componentes em busca do futuro (arquitetura, história, fisioterapia, fotografia..)
-da colaboração dos inúmeros intercâmbios entre profissionais de arte contemporânea (enartci)

as indefinições surgem pelo fato de que a marca mais forte dos seus trabalhos seja justamente a efêmera paisagem urbana. os trabalhos do grupo hibridus, permitem-nos perceber com mais sensibilidade como o progresso, diariamente, exerce influência sobre o nosso desenvolvimento físico e psíquico e nem sempre damos conta disso no presente.

embora a obra permita a participação de 100 pessoas por sessão, tivemos em valadares aproximadamente 25 pessoas. 1/4 de aproveitamento é baixo, mas considerando todo o distanciamento da vanguarda artística no interior mineiro, acreditamos que seja um número satisfatório e nos dá a esperança de um breve crescimento.
o 'lugar de encontrar o outro' deixou saudades.
galera hibridus, agradecemos todo o profissionalismo dedicado à nossa platéia e aguardamos ansiosos um retorno.


curiosidade
risos nervosos
desistência de intérprete
preocupação com os que foram até o fim

nós, o novo trabalho do performer pernambucano gessé rosa, traz esses quatro pilares reforçando sua identidade criativa como coreógrafo,em estréia na campanha de popularização do teatro e da dança de governador valadares (mg).
onde está a dança? bóia esta interrogação sobre as tentativas de encontrar na obra um pouco de conforto.
uma obra do gessé inspirada em hitler e carandiru,dificilmente teria uma movimentação confortável. os intérpretes recebiam os estímulos como corpos que recebem balas de revólver. a movimentação acontece porque tem que acontecer. o medo está presente na interpretação a todo momento.
ainda não posso falar muita coisa, pois assisti ao trabalho pela lente da câmera. tentei ficar na posição passiva e enquadrar todo o palco fazendo um vídeo registro, mas não consegui. os sons das fitas adesivas, da água no aquário, dos berros dos textos, do salto alto, da toalha molhada, soavam como chicotes em meu próprio lombo. e para não ser fortemente atingido como espectador sensível que sou, resolvi dançar com eles.
não percam as próximas exibições.

parabéns rapazes:

nós experimentos
gessé rosa
bruno pimenta
célio martins
maicon martins

arvorar









Arvorar é uma instalação artística que une dança, teatro, artes plásticas, música, vídeo, fotografia e improvisação. Recolhendo materiais orgânicos e inorgânicos que encontramos nas paisagens naturais da cidade criamos imagens que interagem com textos e movimentos, marcas e acasos. As idéias giram em torno das origens, do sagrado, dos mistérios, das profecias, das necessidades naturais, das propriedades dos sentidos, do movimento, das formas de criação, do valor da obra artística e da educação ambiental não formal por meio das Artes Cênicas.
Ao coletarmos os materiais para confecção das obras, criamos o roteiro da apresentação, criando assim mais que uma obra de arte, um diagnóstico cultural. Lata de cerveja, garrafa plástica, saco plástico, preservativos, papel, vasilhas, fraldas, absorventes, pneus, canudos, caneta, tênis,... é incrível a diversidade de materiais que nos remetem às mais diversas reflexões. A criação do movimento parte da locomoção dos performers nas proximidades e em cima das diferentes árvores encontradas. Ao levarmos estes materiais, textos e movimentos para a cena, estabelecemos uma relação extra estética entre o corpo humano e o corpo das árvores. Para enriquecimento estético da instalação, podem ser adicionados sons, imagens de pessoas, animais, objeto e lugares, bem como participação de artistas locais convidados.

Arvorar:1/2008=Campanha de Popularização do Teatro e da Dança – G.Valadares MG.
Arvorar:2/2009=Enartci – Ipatinga MG.
Arvorar:3/2010= Campanha de Popularização do Teatro e da Dança – G.Valadares MG.
Interessado em participar?
Leve o projeto Arvorar:4 para sua escola, cidade, bairro, evento ou instituição.
Necessidades Técnicas:
·        Passagem, hospedagem e translado para três componentes da equipe Arvorar a partir de Governador Valadares MG.
·        Cachê de R$4.500,00 para a equipe Arvorar. (líquido)
·        Espaço para realização de uma oficina de 12 horas divididas em 03 dias com a equipe local da instituição contratante composta de no máximo 20 pessoas. Esta equipe local (alunos da oficina) constitui-se de assistentes que poderão interferir cênica, coreográfica, cenográfica, contextual e dramaturgicamente no trabalho a ser apresentado.
·        Espaço para apresentação (poderá ser o mesmo da oficina).
·        Ferramentas para construção do cenário a partir dos ambientes visitados (pás, enxadas, sacos de lixo, luvas, capacete, serrotes, cola quente, tesoura, barbante, arame, etc.)
·        Transporte de cenário (dos espaços naturais visitados até o espaço cênico e do espaço cênico para o lixo ou para o local de origem.
·        Divulgação.
·        Registros.
·        Certificados.
·        Experimente!!!
magalhaescleniodance@hotmail.com

samba-canção





°por fernanda melo°

dia muito especial.
casa cheia de pessoas interessantes. rostos emocionados e satisfeitos na platéia.
a vida artística é muito gratificante por contribuir com nosso crescimento como pessoa, por ocuparnos com atitudes que contribuem para a valorização da cultura da nossa cidade, além e principalmente por nos apresentar pessoas maravilhosas.
agradeço muito a participação de cada componente da equipe que tornou real mais uma de minhas idéias.

célio martins - se já era seu fã, depois deste trabalho virei tiete. exemplo de profissionalismo, respeito, disciplina, espírito de equipe, organização, sobriedade, alegria, beleza e talento. guardo com carinho cada minuto dos dias de ensaio que passamos juntos. espero que o espetáulo tenha vida longa como nossa amizade.

maurício mendes - uma companhia perfeita para não deixar que a rotina se torne algo negativo. ele está sempre quebrando nosso silêncio com divertidíssimas piadas funcionando como um "e" que liga todos os componentes da equipe. responsável, atencioso e amigo. obrigado por tudo mau.

tamaki yonekura - deu um show na iluminação do espetáculo, operando com precisão a simplicidade do equipamento do teatro atiaia criando para a obra uma lindíssima atmosfera. rainha das boas idéias, tamaki soluciona num piscar de olho os pequenos problemas cênicos das minhas obras há sete anos. obrigado por tudo.

agradeço também a amanda e bruno pela imprescindível força nos últimos momentos. sílvio zafalão, uma gracinha de pessoa, além de um excelente promoter que faz as melhores festas com sua MPB TRONIC, a mário jorge por seu carinho e ilustre presença na nossa platéia, sérgio fashion pela confiança em apoiar o trabalho e dr. claiber um exemplo humano e profissional. estou muito feliz por ter o apoio de pessoas tão especiais.

com tanta gente boa reunida, samba-canção, só poderia mesmo ser um sucesso.
aguardem as próximas versões...

samba-canção

samba-canção é uma coreografia concebida a partir de pesquisas sobre os relacionamentos conjugais.

em samba-canção dois fictícios personagens solteiros, a fim de fugir da solitária vida dos que moram só, resolvem assistir a um espetáculo sozinhos. o que eles não imaginavam é que antes de tocar o terceiro sinal eles se deparariam com o maior amor de suas vidas. samba-canção é uma coreografia concebida a partir de pesquisas sobre os relacionamentos conjugais.

“eu resolvi falar do amor, ao invés de fazer uma peça pesada, inspirada no preconceito. fiquei muito surpreso com a reação das pessoas quando apresentei esta peça em 1999, em salvador. as pessoas torciam para que os personagens ficassem juntos, mesmo a maioria que, eu acredito, reprova o homossexualismo. eu fiquei super emocionado”, confessa.

clênio explica que a peça tem como objetivo geral mostrar através dos movimentos de dança contemporânea, a estória de dois personagens do mesmo sexo que vivem na pele os sintomas do amor. “procuramos fazer um espetáculo de informação direta, onde as cenas relatem a estória que pode ser acompanhada como um pequeno filme. isso dá um bônus diferencial à dança contemporânea tão sempre taxada de complexa. além disso, buscamos com samba-canção promover reflexões acerca da conscientização e respeito das diferenças e opções sexuais”, explica clênio.

ficha técnica
direção coreográfica e interpretação / clênio magalhães
ator convidado / célio martins
textos / edu O. e caio fernando abreu
programação visual / tamaki yonekura
produção / clênio magalhães / célio martins


fotografia / ana clara silva
contate-nos: cleniomagalhaes@gmail.com