Dia Mundial da Dança / International Dance Day



A dança (em) comum

A dança da vitória, a dança da queixa, a dança do grito, a dança da paixão, a dança anti-stress, a dança da revolta, a dança do presente, a dança como elogio, a dança como agradecimento, a dança como respeito ao seu próprio corpo que pensa, crê e move para se comunicar, a dança do desabafo, a dança da opinião, a dança particular, a dança do pulmão, a dança do suor, a dança da saúde, a dança dos amigos, a dança do barulho, a dança da dança. A dança ciente das partes que a compõe e suas interações. A dança consciente de ser puramente dança onde o corpo move-se a partir dos estímulos que recebe seja da música ou do silêncio, da exteriorização ou da introspecção, da estética ou da reflexão.
Quando um sujeito põe-se a dançar espontaneamente ele automaticamente entra em contato com a sua cultura corporal e passa a resgatar suas idéias de dança transformando seus movimentos em passos. Agora mesmo ponho-me a dançar com as palavras resgatando o que li, vi e senti de dança nestes quinze anos de contato com esta modalidade artística. Procuro fazer isso de forma espontânea sem recorrer ou citar as fontes inspiradoras buscando uma nova forma de dançar a dança dos artigos. Aos autores que li, aos dançarinos que assisti, às sensações que senti, aos coreógrafos e professores para os quais eu dancei dou um caráter de guias, de estímulos aleatórios que ao se fundirem em texto vão se transformando em frases espontâneas, comuns e únicas. Recorro à minha fé na dança para expressar o que em mim estas idéias produziram de forma eficaz o reconhecimento da minha liberdade.
Convido a todos que estão lendo este texto a dançarem com a consciência de que estão dançando, sem paranóias, sem complexos, sem regras, sem vergonha e sem culpa. Transforme a vergonha em autonomia, os complexos em discursos, a culpa em missão particular. As regras surgirão espontaneamente através dos seus próprios limites. O corpo é muito inteligente e vai definir até onde você pode ir e vai criando e quebrando regras naturalmente a cada repetição. Esta será uma dança única e ao mesmo tempo comum. Comum porque todos podem dançá-la, única porque só você saberá com exatidão o que está sentindo e propondo. Com a prática desta dança comum suas idéias e movimentos de dança vão amadurecer em seu corpo, em sua mente, ao seu redor e em torno dos seus. Quanto mais você praticar, mais consciência do que faz você terá, como qualquer outra atividade humana. Comece agora mesmo e você verá que seus amigos, parentes, colegas e médicos notarão a diferença.
Estamos e existimos em movimento da ovulação à putrefação. No dia a dia andamos, corremos, seguramos, soltamos, dirigimos, abrimos, fechamos, puxamos, esticamos, comprimimos, engolimos, expulsamos, abaixamos, levantamos, subimos, descemos, encolhemos, guiamos, seguimos, gesticulamos, atravessamos, esperamos, superamos, transformamos. Estas ações do cotidiano estão gravadas em nossos músculos e são os estímulos automaticamente propostos quando decidimos dançar espontaneamente a nossa liberdade de expressão ou quando buscamos criar qualquer célula coreográfica a respeito de determinado tema. Esses automatismos são acumulados ano após ano a cada descoberta de nossas possibilidades motoras, do engatinhar ao digitar, da apreensão de objetos à leitura, da condução de máquinas à relação sexual.
Dancemos o cotidiano em consonância com as nuances do dia a dia. Dancemos o cotidiano numa tentativa de mostrar a existência de uma dança comum. Uma dança que todos nós dançamos todos os dias seja na turbulência do avião, do freio do metrô ou no fechamento do sinal de trânsito. Percebamos que a dança empresta um encanto aos movimentos. É como se pudéssemos rever as ações do dia a dia como rimas urbanas, acasos espaço temporais onde todos nos encontramos em meio ao conhecido e desconhecido da vida. Dancemos entre o céu e o inferno, entre o grotesco e a excelência e compartilhemos juntos deste eterno presente.
 Dançar é uma das maneiras mais eficazes de não estarmos presos à rotina diária dos movimentos repetitivos. A prática desta dança comum e espontânea vai contribuir com o desenvolvimento do sujeito como um todo, trabalhando corpo, mente e espírito concomitantes. A idéia de dança comum surge da minha constatação de um reflexo dançante involuntário que todas as pessoas possuem independente de idade, cor, raça, classe social, escolaridade. Nesta dança as qualidades do movimento vital em parceria com o som fazem surgir uma infinita diversidade coreográfica. Diferentes tipos físicos, étnicos e faixas etárias são capazes de produzir danças que por tão simples e peculiares, transportam-nos para um mundo de propriedades divinas.
Sabendo da inteligência de nosso corpo, das possibilidades da dança contribuir com sua manutenção física e intelectual, o fato de não dançar poderia ser comparado a ter um computador de última geração e só utilizá-lo para sites de bate papo. Não quero dizer com isso que todas as pessoas devam sair dançando e criando espetáculos, mas este texto propõe que se pratique no corpo a idéia da importância da consciência do movimento coreográfico espontâneo como um termômetro da nossa sensibilidade.
Hoje qualquer pessoa pode comprar telas, tintas, gesso, argila, ferramentas e pincéis e adornar suas residências e escritórios com suas próprias obras, bem como comprar um instrumento e começar a compor suas músicas, escrever seus livros e recitá-los, usar o computador para compor as mais diversas modalidades artísticas profissionais ou não. Refletindo sobre esta liberdade artística dos nossos tempos concluo que qualquer pessoa pode usar o seu corpo para expressar suas idéias e sentimentos através da dança. A dança comum não é a dança desta ou daquela região, desta ou daquela parte do corpo, mas a dança que seu corpo solicita e necessita neste momento. A dança comum aqui proposta troca a pompa dos figurinos artísticos por roupas do cotidiano, do palco pela casa, da dança da tv pela dança que você pode registrar e postar no youtube. Uma dança que limpa os poros através da transpiração e as idéias através da imaginação.
Experiência interessante eu tive ao entrar em uma casa de show este ano. O estabelecimento possuía aproximadamente oitocentos metros quadrados, duzentas mesas com quatro cadeiras de plástico, seiscentas pessoas, dez garçonetes, dois bares, um palco com música ao vivo e uma pista de dança de aproximadamente trezentos metros quadrados. A casa cobrava apenas cinco reais para entrar, não possuía ar condicionado e tinha uma segurança precária. Mas a sua principal característica é que a dança estava presente em sua mais vigorosa forma. O público da casa era composto por pessoas que gostavam e estavam ali para dançar. Forró, lambada, arrocha, arroxé, tecnobrega, dentre outras variações do forró e bolero populares eram os ritmos que a dupla composta por uma cantora e um tecladista interpretavam. Dentro da pista era proibido dançar com parceiros do mesmo sexo, dançar sozinho, beijar na boca, dançar sem camisa, de boné, de chinelo, de bermuda, fumar, beber e fazer movimentos eróticos. Estas regras contribuíam para a organização coreográfica da pista que se transformava num verdadeiro espetáculo da diversidade. Existiam casais que nunca saíam da pista e já eram conhecidos por suas habilidades. Claro que muitos estavam na pista para paquerar o que dava tons dramáticos, funcionais e reais à dança muito interessantes. Naqueles que estavam ali dançando por prazer e técnica era possível visualizar o suor enérgico provocado pelas manobras de tirar o fôlego. Por ser um lugar comum, com ritmos de danças comuns, incomum lá era ficar parado. Na pista, profissionais, amadores, paqueradores e curiosos, todos se misturavam numa naturalidade ímpar mantidos por uma força coletiva invisível. O que vale ressalvar é que a casa não era uma casa de responsabilidade social, patrocinada pelo governo, protegida pela polícia militar ou por qualquer outra instituição. A casa era usada e funcionava para e pela dança. A dança estava ali presente única e exclusivamente para ser dançada, usufruída e sua especificidade era a comunidade. Observando um pouco mais comecei a fazer distinção entre os dançarinos. Aqueles que não saíam da pista, que dominavam as técnicas e que sempre eram chamados para dançar, eram mais suados, com sorrisos no olhar, de peitos fortes, de braços rígidos, de passos leves, de ombros alinhados e musculatura firme. Seus movimentos eram mais precisos, graciosos e elegantes, dando mais confiança para quem estava dividindo a dança. Percebia-se a prática em seus corpos. Observei também a curiosidade dos amadores sentados na primeira fila de cadeiras com olhares atentos em cada gesto dos veteranos. Seus corpos pareciam querer pular na pista, numa posição armada como um goleiro diante de um pênalti.
Dentro daquela casa de show eu consegui perceber a cultura corporal sendo passada de geração a geração, a importância da dança para aquelas pessoas e o caráter ritualístico, artístico e terapêutico da dança em um só ambiente. A dança era comum.
A idéia de dar este adjetivo comum à dança pode gerar vários questionamentos aos especialistas que podem indagar sobre a criação de mais um rótulo para a dança que tende a ser cada vez mais abrangente. Porém este termo ‘comum’ está sendo proposto numa tentativa de facilitar a comunicação entre a dança e o público em geral. O caráter comum é empregado no sentido de provocar uma reflexão sobre a origem da dança e suas funções na sociedade como treinamento, profilaxia, autonomia, aquecimento, conquista amorosa, adorações, etc. Este pensamento está se formando naturalmente em todo o globo seja nas danças populares dos grandes pop shows ou nas danças sagradas que cada vez mais ocupam os templos das mais diversas religiões no mundo. Vários estilos como dança contemporânea, improvisação, dança livre dentre outros poderiam se encaixar nesta proposta, mais uma prova deste retorno natural que o ser humano tem feito às suas origens através da decodificação dos movimentos.
A natureza nos prova todos os dias a importância do movimento organizado através da sincronia dos pássaros, dos peixes, das formigas, etc. E basta tocarmos determinado ritmo musical perto de uma criança de apenas um aninho de vida para vê-la dançando. Como se o som vibrasse no corpo sincopando com os batimentos cardíacos. Um campo desconhecido que ainda merece muitos aprofundamentos.  

Clênio Magalhães
Governador Valadares (MG) – 2010
Texto criado originalmente para o II Caderno do ENARTCi - EMERGÊNCIA
O lançamento ocorrerá no Espaço Hibridus - Av. 28 de Abril, nº 621, sala 402, JG Shopping, Centro, Ipatinga,  dia 27 de maio, quinta-feira às 19h30. Programa-se, divulgue, apareça...

SEMINALUZ - circulaçäo - 05 anos!


clique na imagem para ampliála

Arte de iluminar chega em Governador Valadares
O Seminaluz é o único projeto mineiro de formação e desenvolvimento em iluminação cênica, oferece oficina e palestra sobre dramaturgia da luz.
A fim de levar às cidades do interior de Minas Gerais parte de sua experiência em formação e desenvolvimento na área de iluminação cênica, o Seminaluz traz para Governador Valadares a iluminadora Telma Fernandes (BH) que vai ministrar uma palestra sobre dramaturgia da luz e o iluminador Felipe Cosse (BH) que vai coordenar uma oficina sobre dramaturgia da cena. Entre os dias 30/4, 1 e 2/5, o Teatro Atiaia será palco das atividades, possibilitando aos técnicos de teatro, profissionais e estudantes de artes cênicas, acesso gratuito ao conhecimento na área de iluminação.
Sendo o único projeto mineiro de formação e desenvolvimento em iluminação cênica, o Seminaluz, em sua quinta edição, contemplou dois iluminadores com uma bolsa de estudos e percebeu a necessidade de criar uma conexão de práticas e conhecimentos com as cidades do interior por meio da Circulação. Além de Governador Valadares, Manhuaçu, Coronel Fabriciano e Itabira serão as cidades contempladas.
Segundo o idealizador e diretor do Seminaluz, Morrison Deolli, além de oferecer acesso gratuito ao ensino em iluminação cênica, a proposta da Circulação é também criar uma rede de intercâmbio de informações em outras regiões. “O objetivo da Circulação é trocar experiências, identificar profissionais e interessados em iluminação em diversas cidades mineiras, além de abrir uma nova frente de atuação, ao desenvolver atividades fora do Vale do Aço, região onde nasceu o projeto”, esclarece.
Para participar, os interessados devem realizar a inscrição enviando um E-mail para o endereço eletrônico cleniomagalhaes@uol.com.br 
ou entrar em contato com Clênio Magalhães, pelos telefones (33) 8831- 6336 / (31)9219-4311.
Mais informações podem ser obtidas pelo site www.seminaluz.com ou pelo telefone (31) 8755-0596. O Seminaluz – Arte e Tecnologia é uma realização de Morrison Deolli – Luz e Conceito, com o patrocínio da Usiminas, através da Lei de Incentivo Cultura – MG.



Telma Fernandes 
Iluminadora, atriz, diretora de teatro, mestre em Letras - Teoria da Literatura - pela Faculdade de Letras da UFMG. Graduada em Filosofia (UFMG) e em Psicologia pela PUC-MG. Criou o projeto de iluminação das exposições: Um quadro de luz – (Exposição de Jô Soares), Picasso na Oca – Uma retrospectiva da obra de Picasso (acervo do Museu de Picasso em Paris) e A Bigger Splash - Arte Britânica da Tate Gallery. Nas artes cênicas, trabalhou com diretores como: Jô Soares, Aderbal Freire, Bete Coelho, Ione de Medeiros, Cacá Carvalho, Carla Camurati, Fernando Bicudo, Margô Assis, Dudude Hermmann, Tuca Pinheiro, Yara de Novais, Carlos Gradim.

Felipe Cosse:
Iluminador, coordenador técnico do Galpão Cine Horto por 9 anos, pesquisador do Teatro de Formas Animadas, coordenador técnico das últimas 7 edições  do Festival de Cenas Curtas, assistente de coordenação de eventos especiais - Técnica  do 8˚/9˚ FitBH. Alguns projetos de iluminação: “Olympia” de direção de Marcelo Bones; “A Vida E Sonho”,  dirigido por Julio Maciel; “ O Homem Que Não Dava Seta” , direção de Chico Pelúcio; “Geraldo”, por Leonardo Berttolini

 Informações:
Morrison Deolli
(31) 3095-0099 / (31) 8755-0596

Produção:
Luciana
(33) 3331-3447 / (33) 9963-0900
joaobracks@joaobracks.com.br


Assessoria de Comunicação:
Fabiana Schimitz
(31) 8817-3124

NA SUA ESTANTE


NA SUA ESTANTE
Composição: Pitty

Te vejo errando e isso não é pecado,
Exceto quando faz outra pessoa sangrar
Te vejo sonhando e isso dá medo
Perdido num mundo que não dá pra entrar
Você está saindo da minha vida
E parece que vai demorar
Se não souber voltar ao menos mande notícias
Cê acha que eu sou louca
Mas tudo vai se encaixar

Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

Você tá sempre indo e vindo, tudo bem
Dessa vez eu já vesti minha armadura
E mesmo que nada funcione
Eu estarei de pé, de queixo erguido
Depois você me vê vermelha e acha graça
Mas eu não ficaria bem na sua estante

Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres e outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

Só por hoje não quero mais te ver
Só por hoje não vou tomar minha dose de você
Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se
curam
E essa abstinência uma hora vai passar...

... me deixa!

hoje consegui chorar
precisava
explodi
de
sal
e
água'
precisava
embora não quisesse
rejeitasse
evitasse
fujisse
mas hoje
foi
fudeu
já era
chorei mesmo
gritei para dentro
sem pensar
só chorar
por chorar
desmanchar
sonhar ao avesso
praguejar meus planos
desistir por um instante
demolir meus prédios
quebrar minhas esculturas
xingar meus deuses
cuspir em meu  prato
gozar da/na minha fé
hoje eu morri um pouco
sumi um pouco
despedi me de mim
um pouco
porra
ninguém é de ferro né?
fechei meus olhos
imaginei sua mão em meu peito
expulsei meu anjo
pois confio na sua bondade
e sei que voltará
pois ele me compreende
me entende
só ele
hoje eu quis chorar
e consegui!

earth day / dia da terra









(((((•))))) 



dia da terra. não poderia haver data melhor para publicar esta entrevista. esta pessoa que eu lhes apresento hoje é uma figura fantástica com a qual eu já trabalhei ("...aceito!'- cenografia, "viva o povo brasileiro, o filme"  - produção e "furta cor n.2" interpretação, criação e produção), pela qual eu tenho o maior carinho e admiração e que possui um espírito humano voltado para o bem comum. 



furta cor n.2 - clenio magalhaes, edu o. e igor aragão.







ele está sempre muito preocupado com o meio ambiente tornando os espaços que o cercam mais bonitos, mais saudáveis, mais agradáveis, mais mágicos, mais ambientes. suas obras do projeto "metamorfoseme" vão encher seus olhos e fazer lhes refletir sobre assuntos muito interessantes. 

by igor aragão
ele faz parte da minha vida, é uma pessoa incrível, que eu amo muito e tenho muito carinho e admiração. baiano, de sensibilidade ímpar, de beleza plena, de sorriso contagiante e sofisticação no estilo de viver. o artista plástico, performer, designer, produtor, publicitário, dentre outros, o multifacetado igor aragão.


 igor aragão por diana moreira



igor, seja bem vindo ao blog sinta se em casa porque este espaço é nosso mesmo, até que a google decida o contrário. (rs)




Em uma conversa no msn, igor me falou sobre sua carreira e seus anseios. no momento está criando 


peças de arte para Daniel Moura e outras parcerias. contou me que muitas coisas que ele pensava e que pareciam loucuras pessoais,   idéias, imagens, composições, etc., em torno da reciclagem, ele vê sendo exibidas pelos meios de comunicação e que servem como referência para tudo que ele constrói hoje. ele afirma que estas idéias não se perderam e muito pelo contrário, tornaram se ainda mais claras, urgentes e concretas. também falou que algumas destas idéias foram ultrapassadas e outras executadas por outras pessoas em lugares diversos. 


 em seu projeto metamorfoseme, igor aborda a transformação, o renascimento, criando luminárias em forma de casulos, conchas e borboletas.















by igor aragão




 ele assume que seu projeto, como o próprio nome diz, está em fase de transformação. o metamorfoseme é uma urgência pessoal que ele pretende aprimorar, experimentar em técnicas diferenciadas, cada vez mais limpo e mais simples. ele diz que os casulos que ele cria, apesar de agradar o público, também provoca sensações fortes, onde o espectador sente se diante de um ser vivo. satisfeito com os impactos e resultados ele diz que conseguiu realizar o que pretendia.







 interessante colocação ele me fez, citando como exemplo o trabalho do renomado artista britânco antony gormley, que cria moldes do seu próprio corpo e os distribui por locais diversos. 

antony gormley

uma idéia tão simples que faz suscitar reflexões tão instigantes seja para artistas, simpatizantes ou leigos. assim como eu, igor acredita que projetos grandiosos, ainda sugam muito os artistas, tornando os escravos de uma burocracia condicionadora. esperamos que mais e mais produtores culturais, que sabem e gostam destes trâmites, estabeleçam parcerias com os artistas que se empenham em criar a, ante, até, com, contra, de, em, entre, para, perante, por, sobre, sob, com e pela arte. obrigado igor. abraços e beijos saudosos do seu  parceiro e fã.
fiquem com mais imagens do mais novo trabalho de igor aragão.





eyjafjallajoekull

reflito sobre o desconhecido que paira sobre as relações que a sociedade estabelece entre a arte e a intuição. 
refiro me  à imensurabilidade das combinações interpretativas de uma determinada obra. 
refiro me sobre a divindade presente no fazer artístico.


i think about the unknown that looms over the relationship that society establishes between art and intuition.

i am referring to the immeasurable combinations in the particular interpretation of an artwork.

i am refering to the divinity present in art making.



espetáculo oposto 2004 - ágatha oliveira, francis bayard, vagner cruz.

reflito sobre as ações que nós artistas realizamos para apontar relevâncias.
reflito sobre tantas belas espécies animais, vegetais e minerais extintos, nos quais artistas do mundo inteiro têm se inspirado a cada trabalho para expressar seus anseios, não de descobrir, mas pelo menos de experimentar harmonias sensoriais diversas que nos transportem para ambientes intuídos.




I'm reflecting on the artistic actions we perform to pointing relevances.
I'm reflecting on so many beautiful extincted species of animals, plants and minerals , in which artists from around the world have been inspired to work to express their aspirations, don't to discover, but at least to try sensory harmonies to intuited environments.



 2 - eyjafjallajoekull

em 2004 concebi um espetáculo denominado oposto que abordava antíteses poéticas a partir do duelo entre o calor e o frio. a idéia partiu de leituras filosóficas como zizek, adorno, kant, sob influência de tamaki yonekura e de uma performance de catarina gramacho, onde a intérprete deitava sobre uma grande caixa coberta de gelo. a partir deste dia passei a ver a dança com outros olhos espalhados por todo o meu corpo a se contorcer junto àquele corpo desafiador.


i conceived in 2004 a choreography called "oposto" (opposite) that addressed poetic antithesis from the duel between hot and cold. the idea came from the philosophy books as Zizek, Adorno, kant, under the influence of ms. Yonekura, Tamaki and a intervention by ms. Gramacho, Catarina, where she lays over a large box covered with ice. from this day, i am seeing the dance with new eyes to twitch with her body challenging.


3- etjafjallajoekull


em 2010 deparo me com a brutalidade da natureza para provar sua soberania, causando espanto em todo o mundo.
now i encountered in 2010 with the brutality of nature to prove its sovereignty. where a iceland vulcan provokes a amazement in all over the world.
  
4- espetáculo oposto - markley oliveira

a determinação do estado artístico que admiro está na fé que nós artistas possuímos em nossas idéias. e temos percebido como arte e natureza têm lutado para sobreviver neste mundo cético.

the determination the state of art that I admire is the faith we have in our artists ideas. and we have noticed how art and nature have struggled to survive in this world skeptic.

5 zeugma

que a nova geração recupere a sensibilidade.
that the new generation regain sensitivity.

6- espetáculo oposto - francis bayard

e reflita melhor sobre os rumos deste mundo.

and think better about the course of this world.

7 zeugma

e consiga recuperar a força natural que inspirava nossos antepassados.

and be able to recover the natural force that inspired our ancestors.

8- espetáculo oposto - vagner cruz