Camaleão Chameleons 7th

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adesivo adhesive
crepúsculo twilight
bandeira flag

corte cut
recorte clipping
acessório accessory
maquiagem makeup
brinquedo toy
presente present
arco íris rainbow
bráquetes bracket
salada salad
bronzeado suntan
detalhe detail
almodóvar almodóvar
andy warhol  warhol, andy
rótulo label

panfleto pamphlet
joaninha ladybug
rastro trail
jardim japonês Japanese garden
roupas no varal clothes in line
...
eu me submeto. i submit


Entrevista com Deia Carpanedo - Interview with Deia Carpanedo



(english below)
Oi gente,



Segue abaixo a deliciosa entrevista com a artista da dança Déia Carpanedo, como uma típica moqueca capixaba.


Oi Déia,


Obrigado por aceitar o convite, adorei este encontro inusitado.

(((((•))))))Então, nós nos conhecemos em Salvador BA, por volta de 1997 quando ainda fazíamos a faculdade de dança da UFBA, atualmente, só temos contato pela internet e além de identificarmo-nos na dança e nas idéias já pensamos em um possível encontro real para trocas de experiências. Como você utiliza estas novas relações da internet no seu trabalho artístico?


Confesso que resisti bastante ao uso da internet como uma ferramenta de trocas de experiências reais, adoooro o contato, ouvir a voz, ver o corpo balançar. Mas aos poucos fui aprendendo que o mundo evoluiu e que é possível um processo criativo virtual.



(((((•))))))Para nós foi mesmo difícil, pois nossas conexões adolescentes se davam através dos correios, dos telefonemas, dos clubes, etc. que constituem contatos mais intensos. Bons tempos né...

Sim, é isso, criei uma resistência, acho que para não me sentir aprisionada, é tão gostoso sair de casa encontrar os amigos trocar idéias e dali novos projetos... mas enfim, muitos amigos também foram embora e a internet é de fato uma ferramenta de contato de trocas e até mesmo um espaço para um processo criativo e artístico até mesmo em dança. Agora claro que sempre usei a internet como ferramenta de pesquisa para saber o que acontece no mundo... Sabe depois de tanto tempo até que estou gostando de trocar experiências e produzir..

(((((•))))))Os coletivos artísticos tem se multiplicado hoje no mundo para otimizar inúmeras possibilidades de troca e cooperação. No caso do Coletivo Urucum quais foram os principais motivos de sua formação? Como se deu? Há quanto tempo existe? Por quê URUCUM? Conte nos um pouco sobre este encontro.

Eu e a Marcela nos conhecemos na FAFI Escola de Teatro e Dança http://www.vitoria.es.gov.br/secretarias/cultura/fafi.htm em 2006. Em 2007 coreografei e dancei um trabalho para turma dela chamado A PARTIR DE R$1,99.

(a partir de 1,99)

Neste trabalho, mais especificamente, foram se estabelecendo nossas relações de afinidades e críticas em relação às artes cênicas. Após este trabalho convidei a Marcela para fazer parte de um grupo de pesquisa onde obtivemos o apoio da FAPES http://www.fapes.es.gov.br/. A partir destes encontros no grupo de pesquisa, que ainda não tinha nome, montamos um projeto e inscrevemos a montagem “COMERIA EU CARNE DE TOUROS?” para o edital de apoio a projetos artísticos e culturais da Secretaria de Cultura do Espírito Santo “Premio Alvim Barbosa” no ano de 2008 e fomos contempladas.
(comeria eu carne de touros?)

No ano corrente resolvemos de fato tornar uma companhia e claro, precisávamos de um nome.... Eu queria que fosse algo bem capixaba, afinal toda a minha formação se deu fora do meu estado de origem estudei em Salvador, Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro... Havia uma necessidade de trazer o cheirinho das terras capixabas para o nome da companhia... Vários nomes vieram à cabeça “cia torta de dança”... referenciando a torta capixaba que só tem aqui... e por fim gente, “azeite de urucum” que só é usado praticamente aqui no Espírito Santo e moqueca capixaba sem azeite de urucum não dá.... e URUCUM é vermelho e, vermelho é movimento e, movimento é arte cênica. Daí o nome URUCUM DANÇA-TEATRO.
 
(comeria eu carne de touros?)

A Urucum hoje é uma cia de pesquisa em artes cênicas. Transitamos entre a performance, a dança, o teatro, as artes plásticas, as possibilidades do corpo expressar......... a arte....



(((((•))))))Qual a sua formação e quais são as suas principais influências hoje?


Sou graduada na faculdade de dança da UFBA 1999, Mestre em Artes pela UNICAMP 2005 e Ateliê Coreográfico do Rio de Janeiro 2003.
Hoje o que move o trabalho da URUCUM é a (re) descoberta de um corpo próprio, neste processo de reflexão e prática a improvisação é a nossa “arma”. Nesta pesquisa as artes visuais, a música, a roupa que cobre nossos corpos, as cores a luminosidade da sala, por exemplo, são estímulos para estabelecer relações de conflito para improvisação.... Como suporte teórico dsicutimos Merleau Ponty, Foucalt, Jung, Labam dentre outros estudiosos do corpo e do movimento.

(working)

(((((•))))))Você pratica alguma técnica corporal, artística ou esportiva como fator transformador do seu movimento, da sua dança, da sua arte?

Sim, pratico capoeira e musculação focando o fortalecimento e a resistência muscular.
E duas vezes por semana a URUCUM se reúne para pesquisar a sua própria linguagem, já mencionada anteriormente. E, claro não deixo de aproveitar um momento sequer para analisar e pesquisar a corporeidade brasileira, seja nas aulas de arte onde dou aulas em escolas de ensino fundamental, seja num barzinho, enfim, seja em qualquer lugar onde os corpos se movam e se revelam brasileiros.

(((((•))))))Por falar em Brasil, as Leis de fomento, incentivos, apoios, patrocinadores, resgates, mapeamentos, câmaras, conferências, etc. são vários segmentos organizacionais que vem surgindo e contaminando a produção artística brasileira. O que você pensa sobre este aspecto da nossa contemporaneidade?

Penso que precisamos nos envolver muito mais sobre essas discussões e trabalhar para torná-las práticas, pois é muito difícil fazer arte neste país. É uma pena, pois é um país riquíssimo culturalmente com uma infinidade de pessoas pesquisando coisas maravilhosas, no entanto, ficamos emperrados na burocracia, no descaso e na futilidade da arte. Porém a Arte é o bem mais Fútil e mais necessário para humanidade.....você já parou para pensar como seria a vida sem a música, a dança o teatro e tantas outras manifestações artísticas? Eu não consigo pensar, muito menos imaginar o mundo sem a arte.

(((((•)))))) Realmente precisamos nos articular mais em relação a este sistema criado e a cada dia mais fortalecido. Impossível mesmo imaginar o mundo sem arte, assim como escola, hospital, alimentação, etc. o MINC precisa de mais dinheiro e acredito que arte precisa urgente de se articular cada vez mais com a educação e a saúde para garantir seu espaço no século xxi. Postei recentemente um comentário no idança falando disso.

(((((•))))))Quanto a categorias, estilos, etc. você classifica o seu trabalho? (contemporâneo, experimental, conceitual, bricolage, moderno, livre, etc, etc, etc rs)

Eu considero meu trabalho tudo isso, por enquanto, mas um dia eu chego a um acordo e defino, mas por enquanto, impossível classificá-lo.

(((((•)))))) Como na vida né? ... A arte imita a vida. A vida imita a arte. O que você pensa sobre isso. Meus amigos dizem, por exemplo, que o Clênio Magalhães é uma pessoa e o Clênio Cunha Magalhães é outra bem diferente. Eu concordo com eles, mas já chegamos a conclusão de que esta fronteira é porosa. E você? Como você se situa neste espaço identitário?

Sabe Clênio, eu abuso e uso das artes, principalmente, as cênicas. Estou passando por uma experiência numa escola da rede pública que ali, meu caro colega, não sou eu... é uma personagem que eu criei para conseguir lidar com situações que a Déia Carpanedo não dá conta.

Mas no mais, nós artistas não somos seres extraterrestres. Eu empresto meu corpo para arte, não sou eu em cena, mas ainda assim sou eu..... é complexo, é simples, é contraditório, enfim, assim é a vida, assim é a arte.

(((((•))))))O que você está produzindo atualmente?

Atualmente, estamos atrás de trocar os tais bônus das leis de incentivo....rsrsrs, para não chorar três gotas de sangue...... Bom se trocarmos os bônus daremos continuidade a pesquisa do espetáculo MEDUSÀRIO e da circulação do espetáculo Comeria Eu Carne de Touros?

(((((•)))))) Voce poderia falar um pouco mais sobre esta idéia MEDUSÁRIO? Medusa? Cabelo? Hipnose? Hehehe curioso eu né? Uma pista, um linha de pesquisa, um autor, ou prefere manter segredo?

Trata-se de um projeto de montagem de um espetáculo multimídia...O termo “Medusário” significa “aquilo que se assemelha à medusa” e aponta, nesse projeto, para a temática do embate amoroso, em especial do rompimento, sob o signo da dança, da poesia e da pintura, trazendo à tona o par mítico Medusa e Perseu.
Além disso esta semana iniciamos a pesquisa de uma performance que vamos apresentar dia 12 de Dezembro no evento CASA ABERTA, (pesquisa lá no meu orkut em amigos e conheça este evento....)

(((((•))))))Que delícia de experiência virtual. Déia, foi um prazer saber que você está trabalhando assim intensamente e poder aprender um pouco mais sobre a dança através das suas palavras. Saiba que este espaço é seu também volte quando quiser para nos contar sobre suas idéias. Sucesso para vocês e até breve!




(((((•))))))

Hi Déia,
Thank you for accepting the invitation, I'm sure we will enjoy this meeting unusual. Lets go?

(((((•))))) We met in Salvador Bahia, around 1997 when we did a dance college UFBA, currently we only have contact for Internet and also identify ourselves in dance and ideas already thought of one can find real exchange experiences. In what ways do you think that this new relationship among people has influenced the artistic creation?

It took me enough to understand the Internet as a tool of trade real experiments, because I like so much contact, voice, see the body swinging. But gradually I learned that the world has evolved and that is possible a virtual creative

(((((•))))) The collective art has multiplied in the world today to optimize numerous opportunities for exchange and cooperation. In the case of the Collective URUCUM what were the main reasons for their meeting? How did? How long? Why the name URUCUM?

Marcela I met at the School of Theater and Dance FAFI http://www.vitoria.es.gov.br/secretarias/cultura/fafi.htm in 2006, and in 2007 choreographed a work for her class named “FROM R$1.99”, work which I also danced, and in this work more specifically, were settling our relations of affinity and critical for performing arts. After this work I invited to Marcela to do part of my research group which I obtained the support of FAPES http://www.fapes.es.gov.br/. From these meetings the research group, which still had no name, we write and we won with the project show "EAT I MEAT OF BULLS?" to the announcement of support artistic and cultural projects of the General Office of Culture of the Espírito Santo state, the "Premio Alvim Barbosa" in 2008. This same year we decided indeed make a company and of course, we needed a name. I wanted something very capixaba (natural of Espírito Santo state) because all my training took place outside the my home state like Salvador BA, Campinas SP, Sao Paulo SP and Rio de Janeiro RJ ... had a need to bring the smell of the land for the Espirito Santo ... several names came to our mind "cia cake dance" … referencing the capixaba cake that has only here ... and finally, URUCUM oil, practically only here that uses  to do fish ... and capixaba fish stew without urucum oil does not exist ok? .... URUCUM oil is red and red is motion, movement is a performing art. Then the name URUCUM DANCE-THEATER.
The URUCUM DANCE-THEATER today is a cia research in the performing arts, traveling between the performance dance, theater, visual arts opportunities to body express ......... art ....

(((((•))))) What is your training and what are your main influences today?

I graduated from college dance UFBA 1999, Master of Arts by UNICAMP in 2005 and Choreographic Workshop in Rio de Janeiro 2003. Today, that influences the work of the URUCUM DANCE-THEATER is the pursuit of its own body that intends to try different possibilities and transiting discovering through improvisation our own performance. This search the visual arts, music, clothing that covers our bodies, the colors of the room, the light serve as a tool to establish stimulus relations and the discovery of this body .... These trips issue the Merleau-Ponty, Foucault, Jung, Laban among other thinkers of the body and movement.

(((((•))))) Do you practice any body technique, artistic or sports as a factor transforming your movement, your dance, your art?

Yes, I pratice capoeira and muscular exercise focusing on strengthening and endurance. Of course I still take a moment to analyze and search the embodiment Brazilian, wheter in my art classes by elementary schools, a little bar, wherever bodies to move and reveales Brazilians.

(((((•))))) Laws, incentives, supports, sponsors, encouragements, redemptions, maps, cameras, conferences, etc.. are multithreaded organization that is emerging and contaminating the Brazilian artistic production. What do you think about this aspect of our contemporary age?

I think we need to involve much more about these discussions and work to make them practical, because it is very difficult to make art in our country. It is a shame because it is culturally a rich country, has thousands of people searching for wonderful things, but nevertheless we are, stuck in the bureaucracy, the neglect and the futility of art. But the art is the most futile and more necessary for humanity ..... can you imagine the life without music, dance, theater and many other artistic events? ... I can’t think, much less live without art.

(((((•))))) Do you classify your work? (contemporary, experimental, conceptual, bricolage, modern, free, etc, etc, e etc lol)

I consider my work all for now, but one day I get to an agreement and define, but for now, impossible to classify it.

(((((•)))))• Art imitates life. Life imitates art. What do you think about it. My friends say for example that the Clênio Magalhães is a person and Clênio Cunha Magalhães is quite another. I agree with them, but have arrived at this conclusion given that the border is porous. And you? As you stand in this space identity?

Clênio, I abuse and use of the arts, especially the scenic arts. I'm going an experience in a public school, and there my dear colleague, I’m not me .. is a character I created to cope with situations that Déia Carpanedo not realize. But in all, we artists are not alien beings. I lend my body art, I'm not me on the scene, yet I am ..... is complex, is simple, it is contradictory, in short, that's life and art.

(((((•))))) What are you currently producing?

Currently, we are behind the change such bonuses laws incentive .... (lol), for don’t cry three drops of blood ...... Good if we get the bonus we’ll continue to search spectacle MEDUSÀRIO. Also this week we began the search for a performance that we present on 12 December in the event OPEN HOUSE, (come on the my orkut friends and meet this event ....)

Camaleão Chameleons 6th

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TEATRO DANÇA ARTES PLÁSTICAS MÚSICA LITERATURA CINEMA

Não fazem mal a ninguém, muito pelo contrário.


Você sabia que Governador Valadares tem tudo isto?
Mas como as pedras preciosas encontram-se incrustadas.
Garimpe-as!
Exija seus direitos!
Garanto que valerá a pena.
Temos a capacidade e o direito de aproximarmo-nos ou afastarmo-nos das idéias que permeiam o ambiente onde vivemos. A perspectiva do imaginário histórico de um povo é suscetível a mudanças como toda e qualquer manifestação fenomenal do planeta, porém imposições ideológicas dominantes podem acarretar o atraso deste processo, levando-nos a admitir errôneas pertinências cunhadas em nosso pensamento pelos formadores de opinião. Faço esta afirmação com base em estudos em ideologia de Slavoj Zizek (1996) para embasar o que pretendo explanar nas próximas linhas a respeito da situação cultural do município de Governador Valadares, cidade onde nasci e onde vivo atualmente.





Zizek aponta, por exemplo, o nosso conceito atual de sustentabilidade fruto da dialética produção-natureza em temor a um possível colapso natural. Essa idéia de catástrofe ecológica global surge no imaginário popular a partir dos anos 70 e vem perdurando até os dias atuais sem que cheguemos a um acordo que proporcione à população mundial a idéia de ciclo vitalício, de equilíbrio do ecossistema, etc. Todo este aparato político-ideológico em torno da questão tem gerado uma série de reflexões que levam o mundo a aceitar o seu fim em vez de propor legalmente estratégias de moderação capitalista e usufruto do que possui no presente.

Este exemplo cabe como uma luva para a situação que pretendo expor. Desde minha adolescência (década de 80) que acompanho discursos de queixas e lamentações por parte de artistas, professores, gestores e líderes políticos a respeito dos nossos recursos artísticos e culturais. Esse pensamento vem sendo passado de geração em geração por estes formadores de opinião ao ponto que hoje toda a população valadarense afirma com certo orgulho na voz que este município não tem nada. Reflito sobre este orgulho a partir de observações de mudanças bruscas de expressão como aumento do volume da voz, sorrisos de canto de boca acompanhado de sobrancelhas enrugadas como um desconsolo aceitável, gestos de mãos que denotam um bastar ou punhos fechados de promessa de luta eterna.

No município existem teatros de praça, teatro italiano, auditórios, biblioteca, coreto, escola de música, escola de dança, festivais, lei de incentivo, artistas, público, campanha de popularização, logo oferta; público e verba (o cinema, o parque de diversão, os shows e as micaretas estão sempre cheios), logo demanda. Muitos desses lugares encontram-se fechados, abandonados, sub-utilizados ou desativados pelo simples fato de não haver uma política cultural estruturada para organizar as leis de oferta e procura. O mercado cultural está cheio de opções. O que existe é o tabu de que estes produtos não valem nada e que se nós os trazemos para nosso entorno teremos que ter muita força para sustentá-lo, uma vez que não são descartáveis. Quero lembrar que estes lugares são comuns, públicos, pagos e sustentados pela verba gerada no município por uma imposição social e política. As escolas, a prefeitura, as empresas, as universidades, os artistas têm como princípio a geração de bens materiais e imateriais para serem consumidos pela população onde estão inseridos e justificarem suas existências. E os bens artísticos estão incluídos.

Este texto é só um pretexto para dar continuidade à minha noção de ação. Esta ação representa minha postura. Eu não estou interessado em internalizar contingências externas mantidas por demandas sociais. Lembro-me com prazer e clareza dos momentos em que estive no Teatro Vila Velha em meio a tijolos, andaimes, ferramentas, madeiras e redes de proteção assistindo a trabalhos de extrema alegria e sensibilidade criados por colegas artistas comprometidos com suas causas, num evento chamado Meia Noite Se Improvisa.
Claro que estou atento aos limites por não pretender assumir uma postura heróico-ideológica, mas dentro deste limite tem que caber a minha presença artístico-criadora. Pretendo me situar nesta paisagem no entre lugar a fim de dinamizar a busca de alternativas. Estou aqui para defender a produção artística, lembrando que a escassez não existirá enquanto houver o desejo. Que a escassez imaginária é um exercício (pró) cura.


Convido os artistas a fazerem vibrar suas idéias de arte. A obra de arte ganha valor a medida que se instala no imaginário popular como algo que lhe proporciona identidade, interação e fé. Se os espaços específicos para o diálogo obra-público estão ancorados num pensamento conservador, o artista tem que ir onde o povo está e vice versa.  É preciso que as pessoas saibam que o nosso único teatro italiano encontra-se FECHADO e nós não temos autonomia para abrí-lo ou seremos presos por invasão da (nossa) privacidade, é preciso que as pessoas saibam que a nossa lei municipal de incentivo à cultura está desativada há quatro anos com mais de vinte projetos aprovados em ponto de captação de recursos, é preciso que as pessoas saibam que o HORTO, espaço cultural com uma concha acústica no bairro Vila Bretas encontra-se abandonado servindo de abrigo para ladrões e usuários de droga, é preciso que as pessoas  saibam que este ano ainda não se falou sobre a CAMPANHA DE POPULARIZAÇÃO DO TEATRO E DA DANÇA, é preciso que as pessoas saibam que nós existimos na cidade e queremos proporcionar momentos de troca de conhecimentos, afetos, experiências, informações através da arte.   Como diz o arteterapeuta Edu O. “ A arte é uma via de mão dupla...se não vira cantoria de banheiro.” (2009). Nós temos a chance de entrar no ciclo das rotas mercantis e ganharmos autonomia através da sustentabilidade. Usemos o espectro da escassez difundido como meio de provar a existência das antíteses através da est(ética), da imagin(ação) da (trans)form(ação). Este é só o começo desta reflexão, um pontapé, um ponto de fuga para articul(ações) futuras mais abrangentes. (clique nas imagens para ampilá-las)







Até a próxima!