Clênio Magalhães : 20 anos de dedicação à Dança Contemporânea e suas vertentes

“Perder tempo em aprender coisas que não interessam, priva-nos de descobrir coisas interessantes.” (Carlos Drummond de Andrade)

Já fazem cinco anos que involuntariamente, eu, frente a conflitos internos relacionados à criação, interrompi minhas produções a fim de pesquisar o TEMPO como matéria-prima criativa. Em 2011 após apresentar Camaleões Festa Contemporânea em Governador Valadares e Belo Horizonte, passei a me questionar sobre o que criar, quando, para quem e o porquê de continuar fazendo dança cênica, já que o avanço em outras áreas foi se tornando cada vez mais economicamente lucrativo. 

Durante esses cinco anos apresentei a coreografia "Irreverso" e "Quando", ambas de no máximo cinco minutos na Semana da Dança de Governador Valadares a convite da artista da dança Tatiana Tassis, organizadora,  para que eu compartilhasse algo do processo. 

No mesmo período, por não conseguir ficar longe das salas de aula, fui para as praças públicas criando o projeto Dança Zero. Nessa intervenção urbana declarei que dançarei em público pelo menos uma vez por semana durante todos os dias da minha vida, que do ponto de vista temporal, caracteriza-se como uma performance existente enquanto houver um corpo que a pratica.  

Outras conclusões sobre a pesquisa do TEMPO serão expostas em forma de arte e  exibidas ao longo do ano de 2016, período em que comemorarei 20 anos de carreira em dança. Estão todos convidados!



Quero registrar na rocha da memória, esse corpo que ao longo desses vinte anos, foi suporte para expressão das minhas ideias de mundo, ideias de dança. Corpo que tem representatividade por onde passa, ocorrendo repetidamente no espaço e no tempo, tornando-se em sua dimensão mesmo que ínfima, importante para a história da Dança Contemporânea brasileira pois é através do meu corpo que me sinto parte da dinâmica artística do meu entorno. 

Obrigado a todos que me deixam a par de como meu trabalho é importante para suas vidas, e para o que são hoje após terem tido contato com minha dança, seja técnica ou simbolicamente. É nesses relatos que encontro motivo para seguir. 

"Azar! A esperança equilibrista sabe que o show de todo artista tem que continuar."  
( Aldir Blanc e João Bosco) 

Até a próxima!





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