“As potencialidades criativas afluem da vida espiritual inerente à consciência e às suas inquietudes. E a realização dessas potencialidades nunca se afigurou aos homens como um divertimento, mas sim como uma necessidade e um real desafio. A arte é uma necessidade de nosso ser, uma necessidade espiritual tão premente quanto as necessidades físicas. A prova disso é o fato irrefutável de todas as culturas na história da humanidade, sem exceção, desde o passado mais remoto até os tempos presentes, terem criado obras de arte, em pintura, escultura, música, dança, como expressão do essencial da realidade de seu viver – uma realidade de dimensões bem maiores do que a utilitarista. As formas de arte representam a única via de acesso a este mundo interior de sentimentos, reflexões e valores da vida, a única maneira de expressá‐los e também de comunicá‐los aos outros. E sempre as pessoas entenderam perfeitamente o que lhes fora comunicado através da arte. Pode‐se dizer que a arte é a linguagem natural da humanidade.” (Fayga Ostrower)
Figura 1: Paintbrush sobre Jean-Georges Noverre A DANÇA NA PRÉ-HISTÓRIA (1.000.000 a.C. ao Século V) Devido a grandes revoluções humanas a dança sofreu grandes transformações, desde seu "surgimento". Devido a marcante presença da expressão corporal em seu processo de desenvolvimento, a dança acompanha a cultura de cada época. Valores, crenças, hábitos e comportamentos de cada fase histórica da humanidade refletem no fazer em dança demonstrando seu aspecto político e co-criador da realidade. Quando pensamos em dança, temos uma ideia de dança, uma concepção particular do movimento conhecido cultural e artisticamente como dança em determinada época. Essa ideia de dança é pessoal e intransferível, pois mesmo em coletivos culturais, ao contar ao outro qual é a sua ideia de dança, esta já se transforma em outra dança, carregada de valores de quem a experienciou e a transferiu como conhecimento. Há de se imaginar que a ideia de um movimento transcendente foi sendo transmitida ...

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