inesperado







chegou errante, batia nas paredes em busca de uma fresta, uma saída, com medo de mim. eu falava para ele, calma, eu não vou te fazer mal, mas ele não me entendia. esperei para ver se ele conseguia se livrar sozinho, mas tive medo que se machucasse com as tentativas desesperadas de escapar. cansou. de longe me observava questionando. aproximei-me novamente. voava desgovernado. se eu soubesse voar iria até ele e lhe mostraria o caminho. peguei. o coraçåo pulava aterrorizado. eu não podia deixá lo partir assim. com essa impressão de mim. segurei o firme em minhas mãos. soprei lhe os olhos para que se fechassem. e ele se acalmou. até pousou para fotos. calmo. confiante. fui até a varanda. abri as mãos. ele não se foi. ficou ali na palma da minha mão olhando para a paisagem de onde veio. não poderia me apegar, pois sabia que só poderia tê-lo preso a mim. somos muito diferentes para alimentar qualquer tipo de sentimento duradouro. e disse adeus. em segundos ele sumiu na imensa escuridão da noite.

5 comentários:

Edu O. disse...

e a aflição no peito pela liberdade e e ao mesmo tempo a certeza inevitável de partir. doeu, amigo. lindo!

Unknown disse...

"assim como chegou partiu não se sabe pra onde..."

Di . disse...

senti também uma aflição ao ler, e as imagens vieram todas na minha mente... quando terminei, chega respirei fundo. suspirei.

Anônimo disse...

UMA PARTIDA COM CERTEZA DE Q A LIBERDADE É A MELHOR FORMA DE SE PRENDER... ENCONTRO MARCADO P SEMPRE...

cleniomagalhaes.blogspot.com disse...

uau, que fila de comentários lindos. descontaram em mim, pois fiquei sem ar também...
amo vocês.
voltem sempreeeee!