SIGA ME OS BONS!
ao invés
vem comigo!
A tendência do século XXI é ser coletiva. Há muitos se discute os guetos, as tribos urbanas no que tange à estética e à ideologia e a cada dia torna-se mais comum o surgimento de coletivos em prol da ecologia, da arte, da liberdade sexual, da política, da religião, da economia, da educação, etc.
Bandos, cardumes, rebanhos, malhadas, trupes, clãs, panelinhas, associações, companhias, grupos, equipes, redes, povos.
A cada dia o ser humano vem se dando conta de que somente através da imitação e transformação dos fenômenos da natureza será possível prevenir um colapso mundial.
Compartilhar.
Dividir.
Distribuir.
Partilhar.
Participar.
Ratear.
Comungar.
Amalgamar.
Com licença, por favor, obrigado, bom dia, boa noite, pois não, não há de quê, sinta se a vontade, seja bem vindo, pode contar comigo, posso?
Arte, saúde e educação.
Arte por ser uma das maneiras mais eficazes de resignificar as relações. Seja na forma de vestir, comer, falar, divertir-se, abrigar-se, organizar-se. É através da idéia de arte que aproximamo-nos ou recuamos dos fenômenos.
Saúde por ser a condição de plenitude da existência. Precisamos de saúde para vencer cada dia, cada etapa da nossa evolução.
Educação para poder aproveitar e compartilhar conhecimentos que tornam melhor a vida no nosso planeta.
Somente através destes será possível.
Adeus aos descuidados, aos mal educados, aos ostráceos.
Ei!
Eu estou aqui!
Vem comigo!
Siga me!
É importante estar atento aos sorrisos, às voltagens, aos intercâmbios, às sutilezas, às levezas, às balizas, aos links, às sinapses, aos corpos e seus conteúdos.
É preciso estar cada vez mais sensível aos encontros e desencontros.
Não uma sensibilidade estável, enrijecida em rótulos de debilidade das margens.
Mas uma sensibilidade capaz de tornar mais organizados os fluxos de entrada e saída dos territórios em que estamos desenvolvendo e inserindo-nos.
Dilatando e contraindo de maneira harmônica e segura os poros das suas membranas.
A arte, a educação e a saúde são mecanismos eficientes para se detectar a qualidade de vida que necessitamos nos dias atuais. Eles se entrelaçam invisivelmente como um campo magnético capaz de sustentar as forças coletivas. São entidades permissivas, cúmplices de relações contratuais destinadas ao bem estar. São suportes para trocas.
São fluidas a partir da primeira largada.
Não dá mais para ser indiferente a elas.
Não dá mais para ser indiferente.
Essas idéias precisam ser comungadas flexivelmente para que os estilos se formem e se transformem através das influências de sua própria circunfluência.
Ei!
Eu estou aqui!
É nisto que eu tenho pensado.
O que você acha?
Vem comigo?
The trend of the century is to be collective. There are many discusses about ghettos, urban tribes, with respect to aesthetics and ideology and every day it become more common the emergence of collectives in favor of ecology, art, sexual freedom, politics, religion, economy, education, etc. Flocks, herds, troupes, clans, cliques, associations, companies, groups, teams, networks, people.
Each day the human comes to realize that only through imitation an transformation phonomena of nature we can prevent a world wid metdown.
To share.
To split.
To distribute.
To participate.
To apportion.
To commune.
To amalgamate.
Excuse me, please, thank you, good morning, good night,welcome, feel free to share, you can count on me, can I do?
Art, health and education. Art as one of the most effective waysreframe relations. Whether in the form of dress,eat, talk, have fun, shelter, organize themselves. Isthrough the idea of art that we are approaching orretreat of the phenomena.Health because the condition of fullness of life.We need health to win every day, every stepof our evolution.Education in order to enjoy and shareknowledge that make life better in ourplanet.Only through these can be possible.Goodbye to the careless, the uneducated, theostraceous.
Hey!
I'm here!
Come with me!
Follow me!
It is important to be aware of the smiles, the voltages,exchanges, the subtleties, the lightness, thebeacons, the links, the synapses, the bodies and theircontent.We must be increasingly sensitive to the meetings anddisagreements.Not a stable sensitivity, stiff in labelsdebility of the borders.But sensitivity can become more organizedflows in and out of the territories in whichwe are developing and bringing us.Dilating and contracting in a harmonious and safethe pores in their membranes.Art, education and health are efficient mechanismsto detect the quality of life we needtoday. They are woven invisiblyas a magnetic field capable of sustaining collective forces.
These ideas need to be shared flexibly to form
styles through
influences of his own confluences
.Hey!I'm here!
This is what I thought.
What do you think?
Come with me?
Interview with the poet Cláudio Bento - Jequitinhonha City - MG - Brazil
Numa tarde de carnaval estávamos, Yany Mabel, Luciano Silveira e eu, tomando uma cerveja na varanda do Hotel Bela Vista na cidade de Jequitinhonha, quando percebi que meus amigos encheram os olhos para alguém que passava pela rua. Acompanhado de sua esposa aparece Claudio Bento, uma figura com sorriso imponente que parecia iluminar o caminho por onde passava. Meus amigos se levantaram para abraçá-los, convidando-os a se sentarem conosco. Naquele momento eu percebi que se tratava de alguém muito especial. Minha impressão foi exata. Sempre que o via pelas ruas da sua cidade natal, era como se eu visse o vale do jequitinhonha inteiro, pleno, vivo, forte e abençoado. Tive muita vontade de conhecer melhor sua pessoa e sua obra e na cara dura convidei-o a ser entrevistado aqui no blog e ele prontamente, com sorriso largo aceitou. Estou muito feliz por poder presentear meus leitores com esta pérola rara, garimpada nas margens do rio Jequitinhonha em pleno carnaval.
(((((.))))) Cláudio, muito obrigado por ter aceito o convite e pela confiança de associar seu trabalho ao meu de forma tão carinhosa e urgente. Sinto-me um privilegiado. E espero que esta troca se extenda para outras instâncias. Então vamos lá? ... Gostaria de primeiramente saber um pouco da sua formação e da sua carreira de poeta. Como se deu o gosto pela poesia?
Clênio, não possuo formação acadêmica, minha formação se deu com muita leitura de livros, com o gosto pelo cinema e pela boa arte. Minha carreira com a poesia iniciou-se no início da década de oitenta quando publiquei meu primeiro livro, feito no mimeógrafo e daí em diante passei a ser conhecido no meio literário do Vale do Jequitinhonha, onde conheci poetas como José Machado de Matos, Tadeu Martins, Gonzaga Medeiros, Adão Ventura e Wesley Pioest. O gosto pela poesia se deu ainda nos bancos escolares em um tempo que havia leitura de poemas nas salas de aulas, foi aí que bebi da poesia de Casimiro de Abreu, Cecília Meireles, Vinícius de Moraes, Castro Alves e outros poetas brasileiros.
(((((.))))) Cada artista possui uma rede de amigos, artistas favoritos, lugares favoritos, etc. que os inspira a criar. O que emociona e inspira o poeta Claudio Bento?
O que me inspira a escrever primeiramente é o hábito da leitura, quando leio exercito mais o ato da escrita, hoje trabalho muito com a intertextualidade que é uma prática comum na literatura que se faz hoje no Brasil. Também nas oficinas literárias que ministro trabalho essa tendência, que é muito interessante e de certo modo valoriza e resgata a obra de outros escritores e poetas.
Meus lugares favoritos eu diria que o Vale do Jequitinhonha é a minha ternura de infância, principalmente a cidade de Jequitinhonha, onde nasci e criei-me nas praias, nos becos, nas ladeiras e ruas, vendo toda a forte manifestação cultural que a cidade oferecia, o boi de janeiro, a folia de reis, o carnaval, o futebol, as lavadeiras na beira do rio, os tropeiros, os pescadores, as carpideiras, os penitentes, as rezadeiras, enfim, uma riqueza cultural que marcou-me para todo o sempre e que de certa maneira inspirou-me a criar minha bagagem poética.
Meus artistas favoritos poderia dizer que admiro os grandes nomes da mpb, Caetano, Chico, Gil, Gal, Bethânia e tantos outros nomes que ajudam a entender o nosso país. Na poesia admiro os poetas Ferreira Gullar, Wally Salomão, Adélia Prado, Mariana Botelho e Hilda Hilst.
(((((.))))) Há diferenças entre o Claudio poeta, artista, gestor cultural e o Claudio marido, cidadão, vizinho, etc.? Quais são estas diferenças? Como você administra essa relação?
Sou um cara simples do Vale do Jequitinhonha e minha relação de poeta e cidadão não difere muito da minha relação com vizinhos ou com a minha família. Sou um agente cultural que luta por causas que acho justas, a luta contra as injustiças sociais, a luta pela valorização da cultura em geral, a luta pelos direitos humanos.
(((((.))))) É isso mesmo que penso Claudio, vivemos num momento que não dá mais para separar a arte da vida. Entendo a vida dos grandes artistas das massas, esses sim necessitam de uma lacuna entre a fama e o afeto, para própria segurança, né? Mas o artista cru, genuíno, está sempre no meio, como na terceira margem do nosso grande Guimarães. E entre Arte e Saúde. O que você pensa sobre esta relação?
Arte já é saúde, uma maneira de fazer um mundo melhor, agora o cidadão tem de cuidar do planeta, do meio ambiente, do meio em que vive, cuidar da saúde dos rios e dos oceanos, da rua que a gente vive, preservar a natureza para construir um mundo melhor.
(((((.))))) Maravilhoso né gente? Pedi ao Claudio para me enviar alguns poemas para eu publicar aqui junto com a entrevista, e ele me autorizou a usar qualquer um do seu blog. Escolhi dois poemas que mais gostei, desenhei no paint, tratei no photoshop, de forma bem simples como adoro, simplicidade que retrata perfeitamente a obra deste poeta. Quem quiser saber mais sobre o Claudio, entrar em contato, etc. é só entrar no seu blog clicando aqui >>CLAUDIO BENTO<<. Um abraço a todos. Deliciem-se com os poemas. E até a próxima!
(((((.))))) Como é a sua rotina criativa?
Minha rotina criativa é um tanto relaxada, o impulso criativo para a escrita de poemas se dá de maneiras diversas, dentro do ônibus, do barco, do avião, na rua, no quarto ou dentro do cinema. Houve um tempo em que andava sempre com caderneta e caneta no bolso, hoje nem tanto, fiquei mais seletivo, não escrevo tanto quanto escrevia há dez, quinze anos atrás, mas costumo reunir um volume de poemas, dar título e procurar um jeito de publicar, que é a parte mais difícil para um poeta independente.
(((((.))))) Imagino colega rs. Eu também passo por isso e acredito que todos os artistas independentes de hoje passam pelas mesmas dificuldades. Claudio, mais uma vez obrigado pelas idéias que você compartilhou conosco. E para terminar gostaria que você falasse pra gente um pouco sobre o que você está aprontado no momento?
No momento penso em publicar um pequeno volume de poemas em homenagem aos artesãos do Vale do Jequitinhonha. Este também é um momento que estou mais engajado na luta cultural fazendo parte da diretoria do Instituto Valemais, que é uma espécie de ong que promove e divulga a arte do vale do Jequitinhonha. Também acabei de assumir a presidência de uma associação em prol da cidade de Jequitinhonha, uma associação que busca proventos para pessoas carentes da cidade.
(((((.))))) Maravilhoso né gente? Pedi ao Claudio para me enviar alguns poemas para eu publicar aqui junto com a entrevista, e ele me autorizou a usar qualquer um do seu blog. Escolhi dois poemas que mais gostei, desenhei no paint, tratei no photoshop, de forma bem simples como adoro, simplicidade que retrata perfeitamente a obra deste poeta. Quem quiser saber mais sobre o Claudio, entrar em contato, etc. é só entrar no seu blog clicando aqui >>CLAUDIO BENTO<<. Um abraço a todos. Deliciem-se com os poemas. E até a próxima!
AS MAIS SIMPLES PALAVRAS
Minha poesia é simples
E cheia de palavras simples como
Vale peixe rio canoa
Pedra seixo barro areia
Terra planta àgua praia
Beira beirada barranco barranca
Remanso rebôjo ribeira ribanceira
Vida viola vereda varanda
Jenipapo graviola graveto gravatá
Presépio perau pitanga procissão
Chuva quintal vento argila
Remo escaler madrugada solidão
***
MENINO SENTADO NA CANOA
O menino ficava sentado na canoa
Sob o sol quente do verão
O rio passava entre pedras
As lavadeiras lavavam roupa cantando
Contando histórias
Metendo as mãos na panela do dicumê
No céu de um azul de doer os olhos
Um bando de ariris fazia festa
Alzira de Nato dizia que era a chuva que estava perto
Lôi de Primitivo retrucava que era algazarra daqueles pássaros
O menino na canoa sorria com os pés mergulhados na àgua
Sonhando com a chuva
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