esperança



no dia 05 de outubro de 2008 renovei o meu orgulho de ser valadarense. em meio a tantas dificuldades que enfrentam as cidades interioranas do nosso país, governador valadares dá uma prova de sabedoria popular. juntos elegemos uma mulher que está ao lado do povo. uma mulher que pretende agir na margem do município. os prefeitos que por aqui passaram, nas duas últimas décadas, têm desenvolvido projetos de dentro pra fora, deixando as periferias ainda mais frágeis e expostas aos riscos do progresso. as periferias são a borda do desenvolvimento, são a linha de frente do pelotão e estão mais expostas ao desconhecido. as margens protegem o núcleo, por isso precisam ser fortes, com penetração sistematizada. as periferias, geralmente taxadas de despreparadas para o progresso, deram um show de perspicácia, estando ao lado de uma candidata empenhada em criar melhores condições de desenvolvimento intelectual para nossos jóvens, melhor qualidade de vida aos moradores através da auto subsistência alimentícia, qualificação da mão de obra para suprir as possíveis demandas das grandes empresas aqui instaladas e em processo de instalação. esta mulher sabe que de nada adianta tapar os vazamentos do núcleo da nossa célula-cidade, mas fortalecer a membrana que o proteje. como artista, tenho muito orgulho de ter como prefeita uma mulher que criou para nosso município a lei municipal de incentivo cultural. vibrei, gritei, vesti vermelho, fui para as ruas e comemorei a vitória popular. o que desejo agora, é poder usufruir de um planejamento cultural coletivo do qual participe uma ativa maioria artística popular, criando obras a partir das suas mais genuínas características, construídas por suas próprias energias. como cidadão desejo saber sobre as falhas das práticas atuais e das alternativas para uma mudança especificamente popular, onde se esboce um futuro através de estratégias capazes de transpor a população valadarense da contemporaneidade para a pós-contemporaneidade. a contemporaneidade está repleta de auto denominações para os problemas sociais como "mal necessário" e a pós-contemporaneidade a meu ver estaria num cenário onde um "mal" é uma "anomalia" e nenhuma anomalia é desprezível, pois necessita de cuidados especiais. a pós-contemporaneidade estaria em busca de meios eficazes de equilíbrio, onde não se busca "mais" ou "menos", mas uma consciência racional de utilização dos nossos bens (móveis, imóveis, culturais, etc.). racionar seria raciocinar sobre o que se tem, o que se pode construir sem desperdícios. numa época de escassez de alimentos, água, ar e espaços seguros para viver no mundo, é preciso economizar. num país como o Brasil, farto de riquezas naturais, onde a maior parte da população recebe um salário baixo e com ele consegue suprir suas necessidades com excelência em criatividade econômica, as margens do município podem se conscientizar facilmente de que atualmente "menos é mais". nossa prefeita terá muito trabalho para arrumar a casa, fortalecer os muros e portões, mas tenho esperança de que o povo ainda mais preparado vai elegê-la novamente, então teremos mais quatro anos, para florir os quintais, decorar os interiores, cozinhar um delicioso almoço tipicamente mineiro e convidar o vizinho para um bom bate-papo. parabens elisa costa, parabéns partido dos trabalhadores, parabéns a todos os valadarense por essa brilhante conquista que sem dúvida será um marco da história mineira.