Como quaisquer outros animais, nós seres humanos possuímos características diferentes entre nós mesmos. Caninos por exemplo apresentam uma grande diversidade de raças as quais variam em pelagem e tamanho dentro de seus próprios grupos. O conhecimento de si mesmo é justamente buscar entender a qual tribo você pertence. E acima de tudo aceitar a diferença.
Na cadeia alimentar por exemplo, possuímos uma vasta estrutura de produção e serviços à disposição das nossas escolhas. Não precisamos defender o que deve e o que não ser consumido. Podemos dar dicas e assim atrairmos e escolhermos com quem dividir os rituais da vida. É difícil para ambas as partes o convívio entre veganos e carnistas num almoço de domingo. Eu me sentiria muito incomodado em dividir a mesa com um urubu. Não o faço. Nem por isso preciso fazer textos, vídeos e obras de arte, mas respeito quem critica o costume desta ave. O urubu lá e eu cá é mais tranquilo para minha jornada e para a dele.
Pássaros sentem que voam, bovinos sentem que morrem, humanos sentem que pensam.
No topo da cadeia alimentar e produtiva a raça humana começou a sentir que é possível não só pensar mas refletir?
Que sejamos capazes de escolher com quem conviver sem privar o vôo do pássaro ou a grama do vizinho. Se quisermos tudo e todos caminharemos para o nada na solidão. Estamos sós em nós. Somos poucos de muitos. É preciso coragem para mudar a cada escolha. É preciso paciência para ficar presente. Respeitar o adeus ao passado e tolerar a desconfiança do futuro. Sintonizar-se com o que se transforma a partir das suas ações e escolher o que lhe economiza. Quanto aos delírios das certezas aprendi a seguramente vibrar no alcance, agradecidamente apreciar o que se desperta e despretensiosamente conhecer a ausência. (CM)
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