Se acolhe.
Obedece o ronco da sua intuição.
Se recolhe.
Poupa a vaca, a cabra, a porca e a galinha.
Se aguarda.
Extrai da efêmera vontade a seiva ampliada.
Se observa.
Relembra as primeiras fases dos quintais da sua vida.
Se pune.
Enfia o dedo sujo nos olhos e arranca a casca das suas feridas.
Se aconselha.
Vença o medo de si mesmo, dia a dia, combata os açúcares distratores!
Se esforça.
Espreme o peito, os olhos, o limão, o côco e a medula.
Se nutre.
Prepara bolo, pão, salada, desejo e cuscuz bem feito.
Se engole.
Nada contra maré sem enjôo.
Se prepara.
Estamina para o vôo além.
Se perde.
Descansa na paz do vento nos cabelos.
Se nega.
Verte a dúvida para a goela dos espelhos.
Se mistura.
Quente como café nas férias de janeiro.
Se expõe.
Serve chocolate aos espiões.
Se gela.
Põe canela nas memórias antecipadamente esperadas.
Se oxigena.
Morno como o ritmo do colo apaixonado.
Se mata.
Sova o creme nata da sobra cinética.
Se ilude.
Passa no biscoito, na pele, na pata.
Se arrisca.
Desliza na superfície espinhosa da hipocrisia.
Se indaga.
Vale o sangue pelo perfume da rosa?
Se valoriza.
Com os pulmões olentes inclina-se aos calmos.
Se exige.
Pisa na areia quente pelando dos egos e seus tons.
Se guia.
Pisa na bosta com sapatos e descalço suspeita dos poderes motores.
Se entristece.
Com amor próprio ostentado.
Se corrói.
Mastiga as fibras da certeza da natureza espelhante.
Se perdoa.
Degustando ser não tendo.
Se cura.
Alinhavando esperança de par em par.
Se lava.
Com lágrimas douradas de um presente divino.
Se sublima.
Com a certeza de ser errante.
Se aceita.
Na vibração de uma foto.
Se acalma.
O filme é uma linda semana.
(CM)